Povos indígenas e a perspectiva intercultural na alfabetização
DOI:
https://doi.org/10.22383/ri.v23i42.236Palabras clave:
Projeto ação saberes indígenas na escola (Asie), alfabetização, pós-construtivismo, decolonialidade, interculturalidadeResumen
Este trabalho tem como referência a formação de professores/as indígenas voltada à alfabetização e à produção de materiais didáticos, no contexto do Projeto Ação Saberes Indígenas na Escola (Asie), desenvolvido em universidades que atendem dez povos de Mato Grosso, com foco no polo de Cuiabá, entre os anos de 2017 e 2022. A análise da experiência formativa é fundamentada nas perspectivas de decolonialidade e interculturalidade, com base em autores como Mignolo (2005), Quijano (2005) e Walsh (2009). No que tange à alfabetização, as principais referências são as produções de Grossi (1990a, 1990b, 1990c) e a abordagem teórica pós-construtivista, desenvolvida pelo Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa). A metodologia utilizada no estudo é a formação-ação-intercultural, proposta pelo grupo Corpo, Educação e Cultura (Coeduc/UFMT), responsável pela coordenação do projeto. Entre os resultados, destacam-se a relevância do projeto ASIE na formação dos professores/as indígenas, bem como suas limitações, como insuficiências financeiras, carência de recursos humanos e os desafios para superar a perspectiva da interculturalidade funcional no âmbito das políticas públicas. Observou-se ainda a falta de continuidade nas formações e a impossibilidade de analisar os contextos específicos de cada etnia. Por fim, destaca-se o desejo dos professores de expandir suas formações em novas perspectivas que assegurem uma escola genuinamente específica e intercultural, conforme prevê a legislação brasileira.
Citas
Almeida, S. (2019). Racismo Estrutural. Feminismos plurais. Pólen livros. https://blogs.uninassau.edu.br/sites/blogs.uninassau.edu.br/files/anexo/racismo_estrutural_feminismos_-_silvio_luiz_de_almeida.pdf
Bergamaschi, M. A. (2013). Entrevista: Gersem José dos Santos Luciano – Gersem Baniwa. Revista História Hoje, 1(2), 127-148. https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/44.
Brasil. (2008). Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008: Altera a Lei nº 9.394/1996, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm
Brasil. (2016). Constituição da República Federativa do Brasil [Constituição]. Presidência da República. (Versão consolidada até 2016, texto original promulgado em 5 de outubro de 1988). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Corpo, Educação e Cultura (COEDUC). (2022). Projeto Saberes Indígenas na Escola – REDE UFMT (4ª ed.). COEDUC.
Da Costa Carvalho, R. (2020). Situação Fundiária das Terras Indígenas no Estado do Mato Grosso [Mapa]. Instituto Centro de Vida (ICV). https://www.icv.org.br/noticias/projeto-do-governo-de-mt-amplia-vulnerabilidade-das-terras-indigenas-em-meio-a-pandemia/
Fanon, F. (2008). Pele negra: máscaras brancas. Editora da Universidade Federal da Bahia.
Ferrão Candau, V. M., & Russo, K. (2010). Interculturalidade e educação na América Latina: uma construção plural, original e complexa. Revista Diálogo Educativo, 10(29), 151-169. http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-416X2010000100009&lng=pt&nrm=iso
Ferreiro, E., & Teberosky, A. (1985). Psicogênese da Língua escrita (D. M. Lichtenstein, L. Di Marco & M. Corso, Trad; 4ª ed.). Artes Médicas.
Freire, P. (2005). Pedagogia do Oprimido (46ª ed.). Paz e Terra.
Grando, B. S. (2019). A formação-ação-intercultural em Cuiabá: processos interculturais de educação que reconhecem a história e ancestralidade da cultura nos 300 anos de ocupação em território Bororo. En B. S. Grando, N. da Silva Campos, V. da Costa Nunes, F. Adugoenau Rondon, R. Nunes Rondon, E. de Castilho de Lirio (Orgs.), História e Cultura do Povo Bororo em Cuiabá – MT: Contribuições para a implementação da Lei 11.645/08 (pp.16-29). Carlini e Caniato Editorial. https://tantatinta.com.br/historia-e-cultura-do-povo-bororo-em-cuiaba-mt/
Grando, B. S., Dunck-Cintra, E. M., & Zoia, A. (Org.). (2019). Saberes indígenas na escola e a Política de Formação de Professores Indígenas no Brasil (Vol. 9). EduFMT.
Grossi, E. P. (1990a). Didática da Alfabetização: Vol. 1. Didática dos níveis pré-silábicos. Paz e Terra.
Grossi, E. P. (1990b). Didática da alfabetização: Vol. 2. Didática do nível silábico. Paz e Terra.
Grossi, E. P. (1990c). Didática da alfabetização: Vol. 3. Didática do nível alfabético. Paz e Terra.
Grossi, E. P. (2005). Uma arqueologia dos saberes. En Todos podem aprender: qual é a chave? (pp. 11-39). Editora Geempa.
Grossi, E. P. (2007). Uma nova maneira de estar em aula. Editora Geempa.
Maial Panhpunu Paiakan. (2022, 22 de octubre). Recado do cacique Ropni Metuktire [Video]. Facebook. https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=640305337500727&id=100001689281279&mibextid=Nif5oz
Mignolo, W. D. (2008). Desobediência Epistêmica: A opção descolonial e o significado de identidade em política (Â. Lopes Norte, Trad.). Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, (34), 287-324. http://professor.ufop.br/sites/default/files/tatiana/files/desobediencia_epistemica_mignolo.pdf
Paín, S. (1988). Organismo, corpo, inteligência e desejo [Transcrição de conferência proferida]. Editora Geempa.
Paín, S. (2015). Ruptura de nossas certezas. Revista do GEEMPA, 11, 27-31.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. En E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 107-126). CLACSO. https://ufrb.edu.br/educacaodocampocfp/images/Edgardo-Lander-org-A-Colonialidade-do-Saber-eurocentrismo-e-ciC3AAncias-sociais-perspectivas-latinoamericanas-LIVRO.pdf
Ribeiro, B. (2009). O índio na História do Brasil (12ª ed.). Global Editora.
Vergnaud, G. (2017). Prenunciando a teoria dos Campos Conceituais. En Campos Conceituais, Vol. 1Piaget e Vygotski em Gérard
Vergnaud: Teoria dos Campos Conceituais TCC. Editora Geempa.
Walsh, C. (2009, 29 de junho). Interculturalidade e (des)colonialidade - Perspectiva críticas e políticas. XII Congresso ARIC, Brasil. https://pt.scribd.com/document/139240024/WALSH-Interculturalidade-e-Descolonialidade Acesso em set. 2022.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista de Investigaciones · UCM

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Atribución – no comercial: esta licencia permite a otros distribuir, remezclar, retocar, y crear a partir de tu obra de manera no comercial y, a pesar de que sus nuevas obras deben siempre mencionarte y mantenerse sin fines comerciales, no están obligados a licenciar sus obras derivadas bajo las mismas condiciones.